domingo, 22 de novembro de 2009

A Grécia Arcaica.



Há, para além da Grécia, um porto. Não sei contar as ilhas ou as vezes que estive perdido. Mas há um porto, há uma tarde no arquipélago. Para além da Grécia, olhos que são água. Um herói, um tirano, um corifeu. Há um corpo sobre o qual descansar, uma Música, um gesto. Não sei da dança ou das vestes do coro, não sei das máscaras ou do frêmito. Mas sei do mar, que a Música em ti revolveu – e da espuma. Um grão que é teu – a areia, teus pés, teus cílios semoventes. Há um mover-se dentro da terra, para além da Grécia, as mãos espalmadas sobre o chão. Eu vi quando teus olhos dardejavam, eu percebi, respondi, a Música era a vida ou a seiva que me manteve vivo. Mãos, companheiro, e força, para seguir avante. Estás aqui?

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