domingo, 22 de novembro de 2009



Pubianos os sinos plangentes da noite mais preta
Pubianas as vozes do ungüento da terra
Pubianos os troncos sob o chão de folhas e raízes
Os pêlos da encosta, como em sonho tocá-los
Ou morder as hastes mal depiladas, os nichos,
As vertentes  - e pubianas a carne das costas
A porção mais alentada de matéria.

Um vozerio que não cessa, tropel de cascos
Pubiano o trecho da estrada quase retilínea
As bordas maculadas, crispados os membros,
Pubiana fonte raspada, talo das flores,
Estame das flores, fornalha.

Raça, coragem, flanco turbinado
E a remada alta combinada às pressas
No lance de escadas – que a noite,
Como arraia-mestra, devasta as partes
Mais macias, pubianas as urnas laqueadas,
A noite como alcaide do exercício,
Na faina interminável de romper-te,
Assalta a crosta pubiana do hemisfério,
A doce alaranjada cabeça descoberta
Que vacila sob a linha, a madrugada,
A lida de reter-te e  contornar-te sempre.

Imagem: Auguste Rodin - O beijo (detalhe).

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